Janduhi Dantas Nóbrega é paraibano de Patos. Agente cultural — autor de teatro popular, poeta cordelista e declamador —, participou ativamente dos movimentos sociais e populares registrados em Patos nos anos 80 e 90. Professor de Português, foi monitor de redação do Curso e Colégio Objetivo de Brasília (DF). Leciona, atualmente, em colégios e cursinhos pré-vestibulares em Patos, Princesa Isabel, Pombal e Sousa.
A idéia de fazer um livro ensinando gramática através de versos surgiu da dificuldade de seu casal de filhos aprenderem a matéria pelo sistema tradicional. Vejam alguns exemplos.
Previlégio ou Privilégio?
É com E ou é com I?
Preste atenção no recado:
Quem pronuncia ou escreve
Previlégio está errado,
Quem grafa ou diz privilégioÉ um privilegiado
Maisena, com s
Maizena escrita com z
É a da marca afamada,
A maisena da gramática
É a com s grafada:
S depois de ditongo,
Diz a regra, camarada!
Porque de todo jeito
O emprego dos porquês
Há quem ache complicado.
Há porque de todo jeito:
Porque junto, separado,
Com acento, sem acento,
Há porque pra todo agrado!
Porque junto e sem acento
Será uma conjunção
Explicativa ou causal,
De um pois tendo a função:
"Mateus está de castigo
Porque não fez a lição".
"Por que não telefonou?"
(Veja como está grafado):
Na frase interrogativa,
Sem acento e separado
"Por que não disse a Maria?",
"Por que não deu o recado?"
Por pelo qual e flexões
Por que também é usado
(Sendo a preposição por
Ao pronome que ligado):
"Sei que é grande o sofrimento
Por que você tem passado".
Quando for substantivo,
Porquê junto, acentuado;
Vindo depois de artigo
E por motivo empregado:
"Ele não disse o porquê
De à aula ter faltado".
Por quê — em final de frase
Interrogativa ou não.
E o que é acentuado
Se no fim da oração:
"Lumária te disse o quê?"
(Entenda, preste atenção!).
Colocar acento em coco
É um erro bem danado!
Principalmente no fim
Se o acento é colocado
Pois ninguém está maluco
de beber cocô gelado.
Essas são algumas regras presentes na gramática, expostas de uma forma criativa por Janduhi Dantas. Baseados numa ideia de que há maneira certa ou errada de falar o português, muitas pessoas têm preconceitos contra aqueles que, na sua opinião, falam errado o português. Geralmente, o caipira, o nordestino e o pobre são vistos como aquelas que falariam "errado" o português. Sobre isto - o preconceito linguístico -, o linguista chamado Marcos Bagno escreve artigos interessantes na revista Caros Amigos, na coluna "Falar Brasileiro". Quem ainda não lê a revista, vale a pena conferir... Futuramente, devo postar algo a respeito disso aqui em meu blogue.
Bom feriado!!!
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