08 de março
Dia Internacional da Mulher
Há controvérsias sobre a origem desse dia. Dizem que no dia 8 de março de 1857, um grupo de operárias de uma fábrica de tecidos de Nova Iorque, iniciou uma greve seguida de protesto por melhores condições de trabalho e salários mais justos. Numa ação da polícia, foi deflagrado um incêndio criminoso que acabou tirando a vida de 129 mulheres entre tantas outras feridas.
O dia 8 de março, em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, é constantemente associado a uma proposta da líder comunista alemã Clara Zetkin, feita em 1910, durante o II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas, ocorrido em Copenhague, para lembrar operárias mortas naquele incêndio.
Mas, segundo a socióloga Eva Alterman Blay, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, e coordenadora do Núcleo de Estudos da Mulher e Relações de Gênero (Nemge), "o acidente de 1857 não aconteceu" e, durante o Congresso, a líder comunista propôs um Dia Internacional da Mulher, porém, sem definir uma data precisa para as comemorações. "O dia 8 de março baseia-se em fatos históricos diferentes daqueles que são freqüentemente repetidos sem uma consulta adequada", afirma.
De acordo com Eva Blay, o incêndio relacionado ao Dia Internacional da Mulher é o que ocorreu no dia 25 de março de 1911, nos EUA, na Triangle Shirtwaist Company (Companhia de Blusas Triângulo), uma fábrica têxtil que ocupava o oitavo, o nono e o décimo andar de um prédio. A Triangle empregava 600 trabalhadores, a maioria mulheres imigrantes judias e italianas, com idade entre 13 e 23 anos. Fugindo do fogo, parte dos trabalhadores conseguiu alcançar as escadas descendo para a rua ou subindo no telhado. Outros desceram pelo elevador. Mas a fumaça e o fogo se expandiram, e muitos trabalhadores pularam das janelas para a morte. Algumas mulheres morreram nas próprias máquinas. Houve 146 vítimas fatais, sendo 125 mulheres e 21 homens. No funeral coletivo ocorrido dia 05 de abril compareceram cerca de 100 mil pessoas.
De acordo com Eva Blay, o incêndio relacionado ao Dia Internacional da Mulher é o que ocorreu no dia 25 de março de 1911, nos EUA, na Triangle Shirtwaist Company (Companhia de Blusas Triângulo), uma fábrica têxtil que ocupava o oitavo, o nono e o décimo andar de um prédio. A Triangle empregava 600 trabalhadores, a maioria mulheres imigrantes judias e italianas, com idade entre 13 e 23 anos. Fugindo do fogo, parte dos trabalhadores conseguiu alcançar as escadas descendo para a rua ou subindo no telhado. Outros desceram pelo elevador. Mas a fumaça e o fogo se expandiram, e muitos trabalhadores pularam das janelas para a morte. Algumas mulheres morreram nas próprias máquinas. Houve 146 vítimas fatais, sendo 125 mulheres e 21 homens. No funeral coletivo ocorrido dia 05 de abril compareceram cerca de 100 mil pessoas.
No local do incêndio está construída uma parte da Universidade de Nova York, onde consta a inscrição: "Neste lugar, em 25 de março de 1911, 146 trabalhadores perderam suas vidas no incêndio da Companhia de Blusas Triangle. Deste martírio resultaram novos conceitos de responsabilidade social e legislação do trabalho que ajudaram a tornar as condições de trabalho as melhores do mundo."
Segundo Eva Blay, é muito provável que o sacrifício das trabalhadoras da Triangle tenha se incorporado ao imaginário coletivo da comemoração do Dia Internacional da Mulher pela luta por elas travada. Mas o processo de instituição de uma data comemorativa já vinha sendo elaborado pelas socialistas americanas e européias há alguns tempo, e foi confirmado com a proposta de Clara Zetkin em 1910.
Independentemente do que realmente ocorreu, o Dia Internacional da Mulher foi criado em homenagem a essas heroínas da luta pela emancipação feminina. Este foi um dos fatos históricos mais significativos na luta das mulheres pela igualdade de direitos em nossa sociedade machista.
Outros fatos importantes ilustram essa luta, temperada de sofrimento, que se desenrolou através da história. Durante a Revolução Francesa, por exemplo, Olympe de Gouges, uma simples cidadã, criou a "Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã". Olympe pregava que a ignorância, o esquecimento e o desprezo pelos direitos da mulher eram as únicas causas das desgraças públicas e da corrupção dos governantes.
Por isso, as mulheres, representadas por ela, resolveram expor seus direitos naturais, inalienáveis e sagrados em uma declaração. Olympe foi guilhotinada em 1793, como resultado de seu ativismo. Antes disso, em 1792, a inglesa Mary Wolstonecraft escreve um dos grandes clássicos da literatura feminista: "A Reivindicação dos Direitos da Mulher".
Ela defendia uma educação para meninas que aproveitasse seu potencial humano. Na Inglaterra do século XIX, a mulher chegou a ser considerada um "problema social" pois o número de mulheres solteiras estava excedendo o número de homens. Chegaram a cogitar o envio de mulheres às colônias inglesas, onde havia predominância de homens, tamanho o descaso que tinham pela figura humana da mulher.
De fato, a sociedade machista vedou a participação das mulheres na sociedade e coibiu o exercício de sua cidadania. As conquistas femininas, ao longo da história, são o resultado de muito ativismo e sofrimento. Percebendo o seu importante papel na sociedade e sua condição enquanto ser humano, a mulher deu início à sua luta pela igualdade de direitos.
O Brasil tem dados positivos e negativos a respeito da emancipação feminina. As mulheres tiveram direito ao voto pela em 1932, doze anos antes das francesas. No esporte, em 1960, a tenista Maria Esther Andion Bueno torna-se a primeira mulher a vencer os quatros torneios do Grand Slam (Australian Open, Wimbledon, Roland Garros e Us Open).
Em 1988, o lobby do batom liderado por feministas e pelas 26 deputadas federais constituintes, obtém importantes avanços na Constituição Federal, garantindo igualdade de direitos e obrigações entre homens e mulheres perante a lei.
As mulheres brasileiras já representam mais da metade da população do país. Da população economicamente ativa elas também participam com esse percentual. Porém, somente as mulheres enfrentam jornada dupla de trabalho como profissional e dona de casa.
Embora esses dados sejam extremamente representativos, a nossa sociedade ainda sofre com os resquícios do machismo e do preconceito. Ainda é comum encontrar mulheres que ganham menos que os homens desempenhando a mesma função. Além disso, a violência contra a mulher é um outro fator alarmante que precisa ser combatido com energia por nossas autoridades.
Diante de tudo isso que ainda precisa ser mudado, o importante é saber que ao respeitar os direitos da mulher todos estarão contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa, saudável, feliz e pacifista.
No teu ser, o encanto do ser...
A vida, tua história,
Marcada pelo desejo de ser
Simplesmente mulher
Em teu corpo carregas,
Como ninguém,
o segredo da vida!
Na tua história a mancha da indiferença,
da discriminação, da opressão...
Em você o amor mais lindo,
a beleza mais transparente,
o afeto mais puro,
em formar um novo ser.
(do manual da Campanha da Fraternidade de 1990).
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