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Antônio Conselheiro: herói, profeta dos desprezados

Belo monte, belo nome
Zé Vicente
Belo monte, belo nome, belo homem conselheiro,
Profeta dos desprezados do Nordeste brasileiro.
Salve a cruz dos resistentes! Salve o Bom Jesus primeiro!

Mais de cem anos passaram, não esqueçamos jamais:
Quem pode esquecer a guerra, que tanto mal sempre traz?
Quem pode esquecer a guerra, que tanto mal só nos faz?

Eu vi Canudos, era um lago só
Nas águas vivas de Cocorobó!

Seu moço, eu canto, eu te conto. Minh'alma pede silêncio
Pra mergulhar na memória que arde como um incêndio.
Mandacaru abre os braços. Clama o velho Inocêncio!

Ouvi as pedras clamando no soluço dos feridos.
Ouvi multidões cantando um canto forte nascido:
Um Belo Monte rebelde,
De um povo jamais vencido.

Eu vi Canudos, era um lago só
Nas águas vivas de Cocorobó!

Canudos vive nas ruas, nas favelas brasileiras,
Nos acampados, sem-terra, nos ambulantes, nas feiras,
Nesses morros rebelados, nessas mulheres guerreiras.

Quem tem olhos veja hoje na profecia de Antônio:
A República dos ricos tem seu deus que é o patrimônio
Seu culto é de luxo e roubo, Velho ídolo - Demônio!

Eu vi Canudos, era um lago só

Nas águas vivas de Cocorobó!

Do corpo crucificado há dois mil anos atrás,
Sangue e água fez-se um rio que não seca nunca mais
Em Canudos ele é lago pra saciar nossa paz

"Só Deus é grande e é Santo", bem pregou o Conselheiro
E esta terra é mãe de todos. Tudo aqui é passageiro.
O que vive eternamente é o belo amor verdadeiro.

Eu vi Canudos, era um lago só
Nas águas vivas de Cocorobó!
Açude de Cocorobó, Canudos
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