13 de Dezembro - Dia Nacional do Forró
O Dia Nacional do Forró foi idealizado por Paulo Rosa (proprietário da casa noturna Canto da Ema), que há anos buscava fazer com que sua idéia transformasse-se em lei. O projeto foi apresentado ao Congresso Nacional pela deputada Luiza Erundina. A lei número 11.176, que institui o Dia Nacional do Forró como o dia 13 de dezembro, foi promulgada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 6 de setembro de 2005. A data foi escolhida por ser o dia de nascimento de Luiz Gonzaga, o "Gonzagão", considerado o principal difusor do ritmo nordestino.
Para Paulinho, o dia não poderia ser comemorado em outra ocasião que não o dia do nascimento do Rei do Baião. "Gonzaga não só tocava as melodias da região, como cantava as letras que descreviam os costumes nordestinos e vestia o chapéu de couro e o gibão, peças tradicionais do vestuário da região. E, mais do que tudo isso, encarregou-se de ser o grande porta-voz da cultura nordestina", acredita ele. De acordo com o empresário, a lei que cria o Dia Nacional do Forró é importante, pois nos anos 60 e 70 o ritmo quase sumiu. "Não se trata apenas de homenagear um dos grandes baluartes da nossa cultura, mas de uma data que visa comemorar um dos mais importantes e genuínos ritmos brasileiros. Quanto mais valorizarmos nossa cultura, maior será o espírito de cidadania", pondera Paulo.
A história do forró
O forró possui as mesmas raízes que o samba, ou seja, ambos originaram-se da mistura de influências africanas e européias. A origem do forró é controversa. É certo que o ritmo nasceu no Nordeste e foi apresentado ao Sul do país por Luiz Gonzaga nos anos 40. Mas quando, onde e como ele apareceu lá no sertão ainda é, de certo modo, um mistério que vem dividindo muitos estudiosos e músicos. A versão mais popular de sua origem, até transformada em canção por Geraldo Azevedo em 1982, é que o nome viria dos dizeres For All (em inglês "para todos").
A frase vinha escrita nas portas dos bailes promovidos pelos ingleses em Pernambuco, no início do século, quando eles vieram para o Brasil construir ferrovias. Se a placa estivesse lá era sinal de que todos podiam entrar na festa, regada a ritmos dançantes que prenunciavam o forró de hoje. Nestes bailes, eram tocados todos os tipos de música e também o ritmo precursor do forró atual. A segunda versão é dada pelo historiador e pesquisador da cultura popular Luís da Câmara Cascudo, que diz que a origem é o termo africano "forrobodó", que significaria festa, bagunça. Em alguns povoados pequenos do País (como na Ilha Grande RJ ou na Ilha do Mel PR) forró significa bailão popular ou arrasta pé, onde se dança de tudo.
Atualmente, o forró está sofrendo alterações em relação ao seu perfil original, com o surgimento de novos grupos musicais e o sucesso que está fazendo entre os jovens. Da mesma forma que o pagode ressuscitou sambistas antigos, como Martinho da Vila e Paulinho da Viola, os novos grupos de forró estão ajudando a divulgar o ritmo e suscitar interesse nos velhos mestres, como Dominguinhos e Luiz Gonzaga. Para muitos músicos, o forró é um caldeirão de culturas de várias épocas e regiões que vai modificando-se e adaptando-se a cada geração.
Deputada justifica a lei
A deputada Luiza Erundina justifica a existência da lei argumentando que uma Nação se faz por sua gente, sua história, sua língua, seus laços culturais e econômicos.
No Brasil, país de dimensões continentais, com acentuadas diferenças culturais e econômicas existe um traço marcante que caracteriza nosso povo. Esse traço é a forma alegre e descontraída de ser e de se expressar.
Vemos, na música e na dança, a manifestação maior desse jeito brasileiro de ser e, dentre outras, sem dúvida o Forró, baile popular onde se dança o Baião, o Xote, a Toada e o Xaxado, é uma dessas manifestações que se difundiu em todo o país.
Acompanhando a saga do nordestino que migra em busca de um futuro melhor, o Forró não pertence mais só ao Nordeste, pertence a todo o Brasil.
E, ao se falar de Forró, não há como não lembrar do Rei do Baião, o velho Gonzagão, Luiz Gonzaga do Nascimento. Nordestino, de Exú/PE, nascido em 13 de dezembro de 1912, Luiz Gonzaga é uma das maiores expressões de nossa brasilidade. Respeita Januário, Vem Morena, Juazeiro, Assum Preto, Baião, Sabiá, Cintura Fina são algumas das músicas consagradas pela genialidade de sua sanfona. Asa Branca, do folclore nordestino, pelas suas mãos mágicas transformou-se em um verdadeiro hino da esperança por um Brasil justo, sem tamanhas judiações.
O Dia Nacional do Forró é uma homenagem ao povo nordestino que como brasileiros, contribuem, e em muito, para a grandeza de nossa Nação comemora a deputada.
Veja o brilhante depoimento de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião.
Comentários