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13 dicas para colocar a CF 2013 em ação


por Rogerio Oliveira, assessor da PJ Sul 1 e editor do Blog "Pejotando"

Se você é um coordenador, assessor ou liderança de grupo ou está ligado pastoralmente à articulação juvenil, não tem como desconhecer que o ano de 2013 tem como marca um olhar da Igreja para a juventude. Sim, certamente teremos aqueles que farão um ano somente para cumprir protocolos e obrigações. Mas, pessoalmente, considero esta uma oportunidade fantástica para colocarmos a mão na massa e nos organizarmos mais para a missão pastoral.

Certamente, entre muitos de nós, há aqueles que, com tantas possibilidades, não sabem por onde começar. E, claro, não há uma dica prática que sirva para todos. Pensando nisso, diante do pouco tempo que temos para o início da Campanha da Fraternidade, lanço 13 dicas para botar a CF 2013 em ação. Alguma delas talvez sirva para você. Adapte se for o caso. Sinta-se livre para criar também, caso alguma lhe dê inspiração. Vamos a elas.

1- Capacitar os coordenadores, assessores e lideranças

Formações, cursos, palestras, vivências são semeaduras contínuas, urgentes e necessárias. Lançamos as sementes. E devemos cuidar daquilo que brotar. Se assim o fizermos, teremos “plantas” que poderão durar muitos e muitos anos, não só o tempo de uma quaresma.

2- Trabalhar em unidade no campo pastoral

Não é só sua comunidade ou só seu grupo que viverão os tempos de uma Campanha da Fraternidade. Se sua paróquia tem comunidades, anime todos os jovens que lá estão a trabalharem juntos. Procure se articular com paróquias vizinhas, com os diversos grupos juvenis, nas diferentes experiências.

3- Montar e organizar grupos onde eles não existem ou estejam fracos

Grupos de jovens podem nascer da catequese de crisma ou de grupos de perseverança. Podem nascer da galera que se reúne para jogar bola na quadra da paróquia ou por convocações depois das missas. Podem nascer pela amizade de alguns jovens ou pela realização de alguma atividade de massa que envolva a juventude. Há muitas formas. Mas um grupo só vai para frente se tiver acompanhamento constante de alguém com mais experiência e amor pela juventude.

4- Mapear a realidade juvenil da região onde você mora

A Igreja precisa ser um sinal de presença diferenciada no meio social. Para interagir com este meio, precisa conhecê-lo. Como é possível para qualquer instituição interagir com uma realidade sem conhecê-la? Sabe quantos jovens estudam, trabalham, vivem sós ou são arrimos de família? Qual a principal causa de morte dos jovens? Quantos vivem a realidade das drogas ou do álcool? Qual a infraestrutura local que pode acolhê-los? Há quadras de esporte, espaços de teatro ou cinema, praças para artes e cultura em geral?

5- Propiciar momentos de oração e encontro pessoal com Jesus Cristo

Se não focarmos nisso, perdemos uma oportunidade singular e o sentido primeiro da Quaresma que é a conversão para se preparar adequadamente para a Páscoa. Aproveitem, portanto, o tempo quaresmal para a realização de retiros e formações com enfoque na espiritualidade. O uso da leitura orante e do ofício divino são instrumentos privilegiados nestes momentos.

6- Favorecer momentos para elaboração de projetos de vida

Este é outro pedido dos objetivos desta Campanha da Fraternidade. É preciso que os jovens possam dar sentido àquilo que se faz. Orientação e acompanhamento são fundamentais para este passo.

7- Trazer para a comunidade a discussão sobre a realidade juvenil

Todo conteúdo e discussão sobre a realidade juvenil não pode ficar somente nos grupos de jovens. O tempo da CF é para toda a Igreja. Há muitas ideias errôneas sobre os jovens que são propagadas na sociedade e a comunidade cristã é um dos elementos que ajudam a formar opinião. Portanto, ela deve estar esclarecida sobre os fatos. Fóruns e seminários sobre a temática são instrumentos interessantes para este fim.

8- Criar momentos de convivência e relações entre a comunidade eclesial e o grupo juvenil

Além do ponto anterior, é preciso quebrar algumas barreiras que existem em certas comunidades. Nelas, os jovens estão de um lado e os outros movimentos e pastorais estão de outro. É preciso abrir espaço, dar voz aos jovens, sem preconceito e sem medo. Tardes de lazer comunitário com interações dos diversos grupos podem ser momentos interessantes para se saber quem é quem e como os grupos funcionam.

9- Realizar atividades culturais abertas a toda comunidade com temáticas juvenis

É fato conhecido que os movimentos culturais são atrativos para toda comunidade, em especial para os jovens. É preciso fomentar momentos como estes, em especial neste tempo, trazendo para a pauta as temáticas juvenis. Podem-se utilizar diversos formatos: festivais de música, literatura, peças e poesia ou rodas de discussão de filmes.

10- Aproximar-se do jovem fora do ambiente eclesial apresentando a temática da realidade juvenil

A massa juvenil não está dentro das paredes eclesiais. É preciso trazê-los para discutir esta pauta juvenil. A realização de seminários abertos, bem como a interação com as escolas, faculdades, ONGs da região são algumas possibilidades.

11- Denunciar o sistema de morte que cerca a juventude

É necessário levar à mídia os levantamentos feitos acerca da morte e da violência sofrida pela juventude, bem como da situação escolar, cultural e de desemprego. Há a crescente ideia de que a juventude é o problema, quando, na verdade, na maioria dos casos ela é a vítima.

12- Dar visibilidade aos bons trabalhos realizados pela juventude

Nem só de morte e dor vive a juventude. É preciso valorizar as boas iniciativas. Este pode ser um dos enfoques dos seminários abertos, dos festivais culturais, ou de exposições, vídeos e postagens nas redes sociais. É preciso quebrar o paradigma do jovem problema. Uma mentira repetida muitas e muitas vezes corre o risco de ser assimilada como verdade.

13- Manter-se focado nas razões pelas quais fazemos nosso trabalho pastoral

Há um sentido para que a Campanha da Fraternidade aconteça no tempo da Quaresma. É tempo de preparação e conversão. Preparar-se adequadamente para celebrar a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus e converter o caminho da própria vida para sermos melhores seguidores do Mestre. Refletir sobre a juventude neste tempo quaresmal nos ajuda a enxergar o mesmo Senhor passando novamente pela Paixão, Morte e Ressurreição na figura de tantos jovens. E deve nos ajudar a converter nossa vida diante desta realidade juvenil. Não nos esqueçamos disto. Qualquer ação que fizermos neste tempo está baseada nesta motivação.

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